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Trivialmente

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Trivialmente

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Sexo casual e a eterna guerra dos sexos


A gente fala tanto sobre as mudanças comportamentais entre os seres humanos, que acaba parecendo um assunto banal, mas na verdade algumas coisas precisariam ser revistas. Há quinhentos anos as mulheres ocidentais eram tratadas como mercadoria de troca e de uso e, até poucas décadas, elas não tinham direitos como cidadãs, nem liberdade de expressão, ao passo que hoje, conquistaram seu lugar em pé de igualdade com os homens que ainda relutam em acostumar-se com todas essas mudanças.

Todos nós fomos criados dentro de padrões machistas, que nos impunham o papel de caçadores e provedores. O desconforto que ainda sentimos é tanto pelos costumes quanto pelo fato de que as mulheres brigam pelos seus direitos, mas na hora do “vamos ver”, preferem um homem experiente, pegador, dominador. Por mais que alardeiem não gostarem de homens galinhas, elas rejeitam os inexperientes ou mais sensíveis.

Mais livres e independentes financeira e emocionalmente, além de donas dos seus direitos, vários tabus se quebraram e a prática do sexo casual é um deles. Se por um lado elas resistem aos possíveis encantos de um homem sem pegada, muitos deles se assustam quando a mulher tem essa pegada, antes um predicado exclusivamente masculino. O homem não se sente confortável com o papel de objeto sexual e se percebe que a mulher, mesmo tendo curtido a transa, não se importa se não voltar a vê-lo, acaba pirando e sentindo certa sensação de fracasso. Se o homem pegador é conhecido como galinha, a mulher já conquistou vários apelidos, como pegadora, devoradora e piriguete entre outros.

E como produto de uma sociedade machista, por mais liberal que seja, o homem ainda não aceita uma mulher que já tenha passado pela mão de muitos outros como parceira fixa. Isso mostra que ainda somos tradicionalmente machistas quando se fala em relações mais estáveis. Na verdade, meninas e meninos pensam de forma parecida embora elas sejam de Vênus e eles de Marte, pois o que buscam com relação ao parceiro é bem parecido. As mulheres ainda buscam para seus relacionamentos, homens sérios e trabalhadores, porém firmes na pegada, ao passo que os homens preferem as mulheres, mesmo experientes, voltadas para a família e para o lar.

E fora de casa, seja o que Deus quiser!

Enfim, as mulheres agora independentes sentem-se seguras também para dar o primeiro passo na conquista de uma relação fortuita, casual ou mesmo fixa. E já sabem agir para conquistar e satisfazer seus desejos e sentimentos. Os homens, assustados com a aproximação direta e objetiva, reclamam do fim do flerte e até mesmo da feminilidade, numa óbvia confusão entre ação, iniciativa e condição feminina. Muitos homens receiam ser pegos, comidos e largados.

Como mostram as pesquisas, os homens gostam mais de sexo casual do que as mulheres. E estão mais preparados para a prevenção contra doenças ou gravidez. Mesmo assim, desejamos boas vindas às caçadoras, mas pedimos que moderem sua pegada para não assustar à maioria daquele que até pouco tempo ainda era considerado o sexo forte. E, por favor, conscientizem-se também de que a prevenção é essencial para manter todas as liberdades e direitos conquistados.

E agora, meninada, vamos à caça, pois a vida é curta e dormir agarradinhos pode ser uma delícia, mesmo que seja por apenas algumas horas.

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