Shi's a Lady

Os momentos de saudade são aqueles, quando retomamos na memória algo que já não temos mais, coisas que vivemos no passado, alguém que não mais está presente. Enfim, o passado nos traz saudades.
É claro que não podemos, ou melhor, não devemos ficar presos ao passado, ao que era ontem. Ontem é ontem, passou. O tempo passa e a gente de repente se vê preso neste emaranhado confuso de sentires, pensares e achares e de repente a prisão também está neste momento, precisamente agora. Basta surgir algo inusitado, que não estava previsto e que talvez seja apenas mais um reflexo do que um dia foi desejado e que (o tempo, melhor dos remédios pra qualquer mal) passou. Mas eu fico pensando na maravilha que seria se conseguíssemos manter, em nosso presente, a magia, o agradável, o belo e o possível de cada momento vivido.
Perguntando ao Aurélio, Houaiss ou Michaelis, todos vão dizer mais ou menos assim, sobre a saudade: “Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia”. Está certo, claro, mas é possível, sim, ampliar esta definição para um sentido mais positivo, porque saudade não tem que ter sempre este tom nostálgico e triste, sinônimo de sofrimento e dor. Também dá para ver (e sentir) saudade como aquela sensaçãozinha gostosa de gratidão, de plenitude, a saudade de algo que um dia nos fez bem e feliz.
Começou a lembrar da infância? Ótimo: lembre-se dos momentos divertidos e das brincadeiras. Lembrou daquela amizade que se perdeu? Bom também: lembre-se das risadas, do tempo perdido falando bobagem, da cumplicidade. E aquele comichãozinho de tristeza ao lembrar do amor que ficou só no sonho? Delícia: lembre-se da sua dedicação, do carinho, da vontade de ver o outro sempre bem. Não dá? Dá, sim.
É nessa hora, quando a saudade bate, que colocamos à prova nossa capacidade de superação. Não dá pra viver ou reviver o passado, mas dá perfeitamente para transformá-lo em uma parte gostosa do presente. Receitinha básica, fruto de experiência própria: quando começar a surgir a saudade, passe a pensar exaustivamente no que está te entristecendo, esgote todas as possibilidades, lembre tudo do começo ao fim. Sofra tudo o que tiver que sofrer por, aproximadamente, 1 hora. É o máximo que você deve se permitir sofrer pelo que passou. O dia tem 24 horas, então perca esse tempo (ocasionalmente) fazendo este exercício meio masoquista, vai ser bom. Passado esse período, volte pro presente. Aposto que isso vai começar a se repetir cada vez menos. E você vai sofrer cada vez menos também – e com hora marcada, como um compromisso, o que sempre dá margem à desobediência, outro exercício bastante gostoso de praticar.
Acho que Deus, quando criou a memória, não pensou que o homem fosse fazer tão mau uso dela. De repente ele quis dar uma oportunidade de a gente ter de volta algo que não temos mais, pelo motivo que for. Mas, segundo fontes fidedignas, não era para ter dor nisso, não. Era para a gente tentar ser feliz, mesmo.
É claro que não podemos, ou melhor, não devemos ficar presos ao passado, ao que era ontem. Ontem é ontem, passou. O tempo passa e a gente de repente se vê preso neste emaranhado confuso de sentires, pensares e achares e de repente a prisão também está neste momento, precisamente agora. Basta surgir algo inusitado, que não estava previsto e que talvez seja apenas mais um reflexo do que um dia foi desejado e que (o tempo, melhor dos remédios pra qualquer mal) passou. Mas eu fico pensando na maravilha que seria se conseguíssemos manter, em nosso presente, a magia, o agradável, o belo e o possível de cada momento vivido.
Perguntando ao Aurélio, Houaiss ou Michaelis, todos vão dizer mais ou menos assim, sobre a saudade: “Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia”. Está certo, claro, mas é possível, sim, ampliar esta definição para um sentido mais positivo, porque saudade não tem que ter sempre este tom nostálgico e triste, sinônimo de sofrimento e dor. Também dá para ver (e sentir) saudade como aquela sensaçãozinha gostosa de gratidão, de plenitude, a saudade de algo que um dia nos fez bem e feliz.
Começou a lembrar da infância? Ótimo: lembre-se dos momentos divertidos e das brincadeiras. Lembrou daquela amizade que se perdeu? Bom também: lembre-se das risadas, do tempo perdido falando bobagem, da cumplicidade. E aquele comichãozinho de tristeza ao lembrar do amor que ficou só no sonho? Delícia: lembre-se da sua dedicação, do carinho, da vontade de ver o outro sempre bem. Não dá? Dá, sim.
É nessa hora, quando a saudade bate, que colocamos à prova nossa capacidade de superação. Não dá pra viver ou reviver o passado, mas dá perfeitamente para transformá-lo em uma parte gostosa do presente. Receitinha básica, fruto de experiência própria: quando começar a surgir a saudade, passe a pensar exaustivamente no que está te entristecendo, esgote todas as possibilidades, lembre tudo do começo ao fim. Sofra tudo o que tiver que sofrer por, aproximadamente, 1 hora. É o máximo que você deve se permitir sofrer pelo que passou. O dia tem 24 horas, então perca esse tempo (ocasionalmente) fazendo este exercício meio masoquista, vai ser bom. Passado esse período, volte pro presente. Aposto que isso vai começar a se repetir cada vez menos. E você vai sofrer cada vez menos também – e com hora marcada, como um compromisso, o que sempre dá margem à desobediência, outro exercício bastante gostoso de praticar.
Acho que Deus, quando criou a memória, não pensou que o homem fosse fazer tão mau uso dela. De repente ele quis dar uma oportunidade de a gente ter de volta algo que não temos mais, pelo motivo que for. Mas, segundo fontes fidedignas, não era para ter dor nisso, não. Era para a gente tentar ser feliz, mesmo.
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