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domingo, 19 de abril de 2009

Trivialmente

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Um pequeno apanhado sobre a arte

Falamos muito sobre arte. Mas muitos não entendem nada de arte. Apenas gostam ou dizem não gostar. E por aí ficamos.

Eu acredito que essa dificuldade que as pessoas sentem para entender a arte esteja relacionada à dificuldade que existe em definir uma utilidade especifica para ela. Num sentido imediato, a arte não possui nenhuma utilidade além dela mesma. Um quadro, por exemplo, não serve para outra coisa que não seja ser admirado, rejeitado ou ignorado pelos que o vêem. Afinal, jamais soube de alguém que servisse uma refeição sobre um quadro ou que o usasse como uma peça de roupa.

Para mim, a arte é uma criação humana que compreende os valores estéticos como beleza, equilíbrio e harmonia, sintetizando emoções, história, sentimentos e até mesmo a cultura de quem a realiza. Ela se apresenta de muitas formas, onde destacamos a música, a literatura, o teatro, o cinema, a dança, as artes plásticas e tantas outras.

Na verdade, as manchas de tinta sobre uma tela simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão. A pessoa que faz arte é conhecida como artista, alguém que cria sua arte partindo dos próprios sentimentos, vontades, imaginação, criatividade, idéias e conhecimentos, transformando a obra de arte numa forma de interpretação da vida.

Aqui já posso dizer que em latim, a palavra ars significava técnica, habilidade, e era usada para designar o trabalho de pessoas que produziam objetos dotados de forte carga estética, com o objetivo de despertar e estimular um ou mais espectadores. Na Grécia antiga, não existia palavra correspondente, pois tekné era a palavra com o mesmo significado, designando algo realizado por uma pessoa dotada de habilidade e técnica especiais, para criar desde uma bela escultura até uma sandália que seria usada por todos.

Quando o artista atinge um estado de consciência onde a percepção, a razão e a emoção se encontram perfeitamente combinadas, está pronto para realizar sua melhor obra de arte. Chamamos a este de “momento de inspiração”.

O estudo da História da Arte nos faz repensar nossos posicionamentos sócio-culturais e nos traz o entendimento de outras épocas, pois a arte interfere na sociedade ao mesmo tempo em que recebe influências do meio (época) em que está inserida. Através do estudo da História da Arte criamos conhecimentos sobre a humanidade, seja através dos objetos, dos quadros e esculturas, da literatura, da música, do teatro e de outras manifestações artísticas. Não devemos esquecer a arquitetura, uma manifestação artística das mais importantes.

No meu caso, mais ligado às artes plásticas, posso deixar uma formulazinha para melhor entender a arte: o Artista, que criou e decidiu expor sua mensagem através do seu Trabalho, coloca-o de forma que possa ser visto e apreciado. O Apreciador, de quem se exige esforço, dedicação e diálogo com o trabalho, deve descobrir o tema, os materiais utilizados, quando foi feita a obra, como são as cores e se sua distribuição é harmônica, se já viu alguma outra semelhante e, principalmente, se gosta do que vê. Está feita uma pequena analise artística que permite criar uma imagem própria sobre o trabalho examinado, compará-lo a outros, do mesmo ou de outros autores e até mesmo externar sua opinião.

Não é difícil entender a arte. O difícil mesmo é pensar, examinar, avaliar. E muitas vezes isso dá uma preguiça tão grande que é mais cômodo dizer que não gostamos ou não a entendemos. E as manifestações artísticas são tantas, que não creio que exista alguém que não goste de nenhum tipo de arte. Nem que sejam as artes marciais. Ou as artes curativas.

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