Falhas nas conexões cerebrais

Eu digo que, se analisar friamente, pouca coisa mudou, já que nos é dedicado, e comemoramos!, um dia que representa a inferioridade feminina na sociedade. Inferioridade? Pois é.
A coisa toda vem de muito antes daquele dia 08 de março de 1857. As mulheres são consideradas inferiores desde o tempo de Adão, aquele que tinha a imagem e semelhança de seu criador. E Eva, que foi criada de uma costela de Adão, ou seja, sem identidade diretamente divina, depois de uma conversinha com a Serpente, ainda ajudou-a a induzir Adão a comer a maçã! Sabe aquela história "diga-me com quem andas que direi quem tu és"? Depois, por conta deste deslize de Eva, trataram de manter as mulheres servis e dóceis sob a tutela de seus pais, irmãos ou marido. Ora, mulher boa é a que lava, passa, cozinha, assovia, ...hum... chupa cana, tem filhos e tudoomaisaomesmotempoagora! Mas aí, com o passar dos milênios, lá pelos idos de 1760, com a Revolução Industrial, as moçoilas, além de lavar, passar, cozinhar, assoviar, ...hum... chupar cana e ter filhos tiveram que sair de casa por algumas muitas horas diárias para ajudarem na renda familiar. E a história das 129 operárias que morreram queimadas em Nova Iorque todo mundo já sabe.
Resumidamente estão aí os dois motivos para que essa data exista e persista: uma sociedade machista forjada em preceitos religiosos e no capitalismo desmedido (vide a crise econômica).
Não dá para mudar a História. O que foi feito, feito está. E o que dá para fazer para mudar esse panorama mundial? Talvez começando pela educação de nossos filhos (e filhas também!). Nós, mulheres, mães e educadoras devemos rever os valores que estão passando para as nossas crianças. Talvez seja pouco, não sei. Não sou de ditar modas, nem sou filósofa, nem a pessoa certa para elaborar manuais de ‘como criar o seu filho(a)’, muito menos para ditar condutas para a humanidade, apenas penso que eu não posso fazer parte de uma engrenagem ajudando-a a mover o sistema que contesto. Não sou a favor desse tipo de comemoração. Para mim, não há o que comemorar, há muito o que mudar todos os dias, a começar pela nossa casa.
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