Shi's a Lady
De pedras e escadasSempre que alguém cita Drummond e sua célebre frase: "a dor é inevitável, o sofrimento é opcional", eu paro para analisar o que exatamente isso significa. E quando eu digo sempre, é sempre mesmo: eu nunca lembro quais foram as minhas conclusões anteriores sobre a frase. É um hábito meu, mesmo com frases com mensagens aparentemente óbvias, como é o caso.
Existe uma dor absoluta? Não, claro, ela sempre está relacionada a algum distúrbio, seja ele físico ou mental. Ela é evitável? Nada que um analgésico não resolva - isto é sabido e certificado. É possível viver com ela? Sim: viver e conviver! Seria isto o sofrimento? Sendo assim, concluo que nem sempre a dor é inevitável, mas o sofrimento é, sim, sempre uma opção de quem sente dor.
Eu convivo com a dor já há algum tempo e não gosto, em absoluto, disso. Mas não tenho como me livrar da dor constante, trucidante, não tenho como evitá-la – é algo que já faz parte da minha vida e eu já me habituei a conviver com ela. De tal forma a coisa se estabeleceu que eu já consigo até olhar minha dor como uma amiga, um refúgio no qual posso me apoiar em diversas ocasiões: quando não quero ir para aquela festinha que tem tudo pra ser uma chatice, por exemplo. Digo logo que está doendo meu pescoço (dependendo da minha intuição eu digo que está doendo TUDO), aí com certeza vou enfrentar menos insistência dos queridos que me convidaram para o tal evento. Prático e eficiente, ainda que não seja indolor.
A dor é uma necessidade; é ela a encarregada de mostrar que algo está errado em nosso organismo, em nossa vida. Se não nos resignarmos a aceitá-la assim, corremos sério risco de deixar de ver o que acontece a um palmo do nosso nariz. E incluo a dor emocional que, na minha opinião, também é uma dor física. O que dizer daquele aperto que dá no meio do peito quando se perdeu um parente, um amigo, um amor? É muito pior, por exemplo, que pisar sem querer em um grão de milho no chão. É dilacerante.
Concluindo: qualquer dor, seja ela física, mental ou espiritual, precisa ser bastante elaborada pelo indivíduo. Dizem que o amor cura tudo; nesse caso, o amor a si mesmo é a solução. A dor é sinal de algo que é perdido, então é fundamental admitir o luto e tratá-lo para então seguir com a vida, por mais dolorida que ela seja. Que eu saiba, uma ostra que nunca foi ferida jamais irá produzir uma pérola.
Existe uma dor absoluta? Não, claro, ela sempre está relacionada a algum distúrbio, seja ele físico ou mental. Ela é evitável? Nada que um analgésico não resolva - isto é sabido e certificado. É possível viver com ela? Sim: viver e conviver! Seria isto o sofrimento? Sendo assim, concluo que nem sempre a dor é inevitável, mas o sofrimento é, sim, sempre uma opção de quem sente dor.
Eu convivo com a dor já há algum tempo e não gosto, em absoluto, disso. Mas não tenho como me livrar da dor constante, trucidante, não tenho como evitá-la – é algo que já faz parte da minha vida e eu já me habituei a conviver com ela. De tal forma a coisa se estabeleceu que eu já consigo até olhar minha dor como uma amiga, um refúgio no qual posso me apoiar em diversas ocasiões: quando não quero ir para aquela festinha que tem tudo pra ser uma chatice, por exemplo. Digo logo que está doendo meu pescoço (dependendo da minha intuição eu digo que está doendo TUDO), aí com certeza vou enfrentar menos insistência dos queridos que me convidaram para o tal evento. Prático e eficiente, ainda que não seja indolor.
A dor é uma necessidade; é ela a encarregada de mostrar que algo está errado em nosso organismo, em nossa vida. Se não nos resignarmos a aceitá-la assim, corremos sério risco de deixar de ver o que acontece a um palmo do nosso nariz. E incluo a dor emocional que, na minha opinião, também é uma dor física. O que dizer daquele aperto que dá no meio do peito quando se perdeu um parente, um amigo, um amor? É muito pior, por exemplo, que pisar sem querer em um grão de milho no chão. É dilacerante.
Concluindo: qualquer dor, seja ela física, mental ou espiritual, precisa ser bastante elaborada pelo indivíduo. Dizem que o amor cura tudo; nesse caso, o amor a si mesmo é a solução. A dor é sinal de algo que é perdido, então é fundamental admitir o luto e tratá-lo para então seguir com a vida, por mais dolorida que ela seja. Que eu saiba, uma ostra que nunca foi ferida jamais irá produzir uma pérola.
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