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domingo, 18 de janeiro de 2009

EntreAspas

A dama e o cafajeste

Recebi, por e-mail, um texto intitulado: A dama e o cafajeste. Embora não leia tudo que recebo, fui atraída pelo título - cafajestes me atraem irremediavelmente! Abri. Era uma entrevista com Suzana Vieira, contando detalhes sobre sua vida com seu último marido. Tempos atrás ouvi falar an passant sobre o caso, mas não me interessei. Depois de ler a entrevista, continuei não me interessando pelos detalhes e reafirmando o que sempre achei da atriz: ela vive a vida da forma que escolhe viver. E ponto.
Ficaria nisso, não fosse uma observação que recebi:
- Você leu a entrevista da Suzana Vieira? A que ponto chega uma mulher para negar o envelhecimento e ser bem comida!
Indignei-me. Profundamente. Em primeiríssimo lugar, porque a observação foi feita por uma mulher. E ela deveria saber que mulher, quando se entrega, é muito mais pelo emocional do que por apenas sexo. Nenhuma mulher vive com um homem tão-somente por ser ele um garanhão. Além disso, sexo bom não implica em casamento, seja ele oficial ou oficioso. Implica em reciprocidade - ser bem comida e comer bem. Os garanhões de plantão que me perdoem, mas eles por si só não garantem uma boa transa.
Em segundo lugar, o envelhecimento da carne só implica em envelhecimento emocional nos pobres de espírito. Não há idade para se apaixonar. Não há idade para se viver as loucuras da paixão. Não há idade para correr o risco de ser feliz.
Apaixonar-se por um cafajeste é um risco que qualquer mulher corre, independente da idade, independente de ser bem ou mal comida. Enganar-se em relação à parceria escolhida é um risco que todos correm - independente de gênero. Mas fugir dos riscos será viver? Não fujo. Pago o preço e estou sempre aberta às emoções de uma grande paixão.
Qualquer preconceito me incomoda. Este me incomodou bastante. Será que consta no grande livro da Constituição Brasileira que uma pessoa após determinada idade deve se recolher às lembranças do que já foi? Será que a Bíblia, o Alcorão, a Tora ou qualquer outro livro sagrado estabelece que envelhescência é sinônimo de sepultamento da sexualidade e das emoções? Ou tudo isso é fruto dos conceitos arraigados e propagados pelos guardiões da moral e dos bons costumes?
Credo! Não quero jamais ser assim. Nem viver sob estas regras hipócritas e castradoras que vão nos secando e nos transformando em coadjuvantes da nossa própria vida. Quero mais é ser eternamente sujeito de todas as ações e fomentar o meu espírito com as emoções de amar a mim, a vida e o amor.
Afinal, a idade de amar é hoje, agora, sempre.
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