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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Falhas nas conexões cerebrais

Ciumenta, eu?
Como homem ciumento eu sofro quatro vezes: por ser ciumento, por me culpar por ser assim, por temer que meu ciúme prejudique o outro, por me deixar levar por uma banalidade; eu sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum.
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Dia desses eu, meu marido e minha filha fomos a um desses famozérimos fast-food's da vida. Estávamos no caixa, enrolados com o brinde que acompanhava o lanche da filhota (que oscilava entre o amarelo, não, não, o azul. O azul não, o roxo. Mas o rosa é tão bonito!!) quando percebi que discretamente meu digníssimo cumprimentava uma morena bonitona. Grandona. Cabeludona. Quartudona. Bem, vocês entenderam.
Como qualquer mulher normal (porque eu me julgo normal, o que já não é um bom sinal), ao sentarmos à mesa perguntei quem era a morenona. Com a cara mais normal do mundo, suponho eu, pois olhando para o hambúrguer ele estava, olhando para o hambúrguer ele permaneceu, respondeu-me que aquela era a moça do Orkut que eu tinha perguntado de quem se tratava na semana passada. Oras! Estaria eu virando uma paranóica em relação àquela garota a ponto de ver coincidência demais em torno dela?
Enfim, passou uns dois dias, lá fui eu dar uma olhadela banal no Orkut dele. E adivinhem? A moça deixou um scrap dizendo que achou bacana tê-lo encontrado lá, blábláblá, mas que não se sentiu à vontade para se aproximar e puxar conversa por causa da esposa, no caso, eu.
Como assim??? Eu tenho cara de psicopata????
Tudo bem, admito. Logo de primeira não sou a pessoa mais simpática do mundo, não arreganho a boca mostrando meus lindos dentes num sorriso, mas também não tenho uma cara tão fechada assim a ponto de ser condenada como ciumenta, barraqueira, psicopata, paranóica!
Confesso que morri de vontade de olhar o que ele escreveu em resposta a ela, mas me contive. Vai que a garota me vê lá, bisbilhotando (tentei achar uma palavra mais bonitinha pra colocar, mas não há. A palavra é mesmo essa: bisbilhotando) o perfil dela? Porque o Orkut te denuncia! Aí sim, ela teria razão em pensar que deveria manter distância!
Pois é, como não olhei (apesar da coceira), tenho convicção de que não sou psicopata. Nem neurótica. Muito menos ciumenta!
O que me irritou muito foi meu marido não acreditar no motivo que dei quando me perguntou por que olho o seu perfil no Orkut, se não deixo recados. Insinuando que só entro lá, no ‘Orkut dele’ para olhar os seus scrap's.
Ao que, de nariz empinado e com um arzinho esnobe, reafirmei:
- Claro que não! Entro lá e olho as fotos que você não muda faz tempo, procuro pessoas em comum para adicionar ao meu, comunidades bacanas que sempre descobre... E às vezes (ou quase sempre) leio seus scrap's, como leio os de qualquer outra pessoa...
Bom, não foi crença que senti no som da gargalhada que soltou. Ele que risse! Eu sei que sou normal (releia os parênteses nas linhas 10 e 11 deste texto), não sou psicopata, nem neurótica e muito menos ciumenta. O Orkut está lá, um céu exposto para todos, tem como resistir à curiosidade e não vasculhá-lo, ainda mais se for o teu amado?

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